O problema pode estar na sua abordagem.

Uma das grandes dificuldades ao longo da nossa carreira é a de colocar em prática novos conhecimentos. Desde projetar com acessibilidade e seus critérios, criação de componentes ou prototipação avançada, e por que não, utilização de IA.
Boa parte dessa dificuldade, a meu ver, pode estar na abordagem de inclusão: tentamos aplicar esses conhecimentos como um novo processo. Por exemplo:
- Criar todo o fluxo primeiro, pensar em como tornar ele acessível depois.Esperar o semestre acabar primeiro, dar um feedback geral depois.Usar a IA primeiro, ver como o que ela gerou se encaixa no problema depois.
Vejo três problemas principais nessa abordagem:
- Maior grau de dificuldade. Incluir um conhecimento como uma nova etapa em um processo atual requer energia e certa disposição para o desconhecido e desconfortável — o que, convenhamos, é cada vez mais escasso.
Alto comprometimento. Se a dificuldade é alta, o compromisso precisa estar à altura. Ou então, qualquer barreira leva à desistência. Quantas vezes você quis começar algo novo no trabalho e as demandas te levaram de volta à estaca zero?
Poucos ciclos de feedback (ou reflexão). Nossa tendência é ignorar o processo e julgar o resultado. Em vez de entender quais engrenagens precisam de lubrificação, jogamos as peças fora e começamos de novo.
Uma outra abordagem é incluir como parte de um processo já existente. Não como uma nova etapa adicional, e sim em algo que você já faz.
Verificar o contraste no início, assim que estiver projetando um componente (e hoje o Figma tornou ainda mais fácil), ou pensar no texto alternativo (alt text) enquanto já define o conteúdo.

Coletar feedback 5 minutos após uma reunião onde você apresentou algo, em vez de esperar por uma 1:1 formal e estruturada.

Exibir ao usuário apenas uma pergunta contextual em vez de um formulário com 120 questões.

Essas pequenas sugestões de inclusão em um processo atual acabam por, no médio prazo, exigir um grau de dificuldade menor, sem deixar o comprometimento se reduzir e gerando essa consciência de reflexão e feedback para evoluir o processo.
É como se alimentar melhor: não começa quando você vai ao nutricionista e tem uma dieta. Começa quando você decide não comprar aquele salgadinho quando vai ao mercado. Se adaptar a uma nova dieta é uma nova etapa. Ir ao mercado já é parte do processo. Acaba sendo mais fácil cortar ou mudar o que você já faz, em vez de encarar tudo como algo completamente novo.
Que parte do seu processo você pensa em evoluir daqui pra frente?

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