UX Collective 🇧🇷 - Medium 09月04日
Labubu玩具的全球热潮:设计、心理与消费的交织
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Labubu玩具以其独特的“丑萌”设计、盲盒的惊喜机制以及社群的归属感,在全球范围内掀起了一股热潮。该玩具通过“混乱的舒适感”吸引了Z世代,并通过“怪诞又可爱”的矛盾美学引发情感共鸣。盲盒模式利用不确定性触发多巴胺,制造“集齐”的渴望,同时结合稀缺性和联名款,进一步加剧了FOMO效应。此外,名人效应和社群互动也助推了Labubu的病毒式传播。然而,这种成功也引发了关于设计伦理的讨论,例如盲盒机制是否鼓励赌博行为,以及稀缺性是否加剧了社会经济的排斥。文章探讨了设计师如何从Labubu的案例中学习,创造有情感连接、负责任且可持续的产品。

🌟 **“丑萌”美学与情感连接:** Labubu玩具凭借其非传统的“丑萌”(ugly-cute)设计,如大眼睛、尖牙的笑容,成功打破了传统玩具的审美标准,创造出一种“混乱中的舒适感”。这种设计上的矛盾——怪异与可爱并存——能够引发用户强烈的情感共鸣,使其在众多玩具中脱颖而出,成为令人难忘的文化符号。

🎁 **盲盒机制与多巴胺循环:** Pop Mart巧妙运用盲盒销售模式,通过购买密封盒子来制造开箱时的惊喜和不确定性。这种“变量奖励”机制模仿了游戏和赌博的原理,不断刺激用户释放多巴胺,从而驱动用户持续购买,试图收集稀有款,这种模式有效地锁定了用户的参与度。

🤝 **社群归属感与怀旧情结:** Labubu的流行离不开其构建的全球社群。通过社交媒体上的开箱视频、晒单分享,以及名人效应,用户能够找到归属感,并与他人建立连接。同时,盲盒玩具唤醒了许多成年人童年时期的怀旧记忆(如抽奖、集卡),满足了他们“回归童真”的心理需求,这被称为“Kidult”文化的一部分。

⚠️ **设计伦理与消费责任:** Labubu的成功也引发了对设计伦理的深刻反思。盲盒机制的赌博化倾向、稀缺性策略可能导致的社会排斥和过度消费,以及由此产生的排队冲突和经济负担,都提示着设计师在追求商业成功的同时,必须审慎考虑其行为的社会影响和潜在的负面后果,确保设计是负责任的。

📈 **超越“病毒式”的长期价值:** Labubu的案例证明,情感设计、社群互动和心理机制是驱动产品成功的强大力量。然而,设计师应着眼于长远发展,通过持续的内容更新、故事延展和用户共创,建立超越短期炒作的品牌价值,并平衡独特性与可及性,以实现可持续的品牌增长。

Nostalgia, surpresa e FOMO no centro de uma febre global.

Comprei meu primeiro Labubu em Los Angeles só “pelo meme”. Era para ser um souvenir excêntrico de viagem, mas bastou abrir a caixa para me apegar ao monstrinho de orelhas compridas e sorriso cheio de dentes.

De volta ao Brasil, percebi que não era só comigo: o boneco estava nos feeds, em vídeos de unboxing e até em manchetes sobre filas e revendas milionárias.

Criado pelo designer Kasing Lung em 2015 e lançado em 2019 como parte da série The Monsters, o Labubu transformou a Pop Mart em uma gigante dos brinquedos. Só no primeiro semestre de 2025, foram mais de US$ 2 bilhões em vendas, com um crescimento de 440% só desse personagem.

O que faz um boneco “feio-fofo” despertar tanta obsessão? E o que isso revela sobre as experiências que projetamos para as pessoas?

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O feio-fofo e a estética da contradição

Labubu não segue o padrão de beleza das bonecas perfeitas. Com seu corpo de pelúcia e rosto de vinil, olhos grandes e assustadores e um sorriso de nove dentes pontiagudos, ele se encaixa na categoria ugly‑cuties, o “feio bonitinho”. A Pop Mart soube transformar esse contraste em vantagem: a contradição entre o estranho e o adorável cria uma tensão emocional que torna o personagem inesquecível. Esse “conforto caótico” dialoga com a estética da geração Z, que abraça o imperfeito e o inusitado.

Para designers, é um lembrete de que nem sempre a beleza clássica gera impacto; às vezes, o que nos causa estranhamento é justamente o que nos conecta à emoção.

Além da aparência, a Pop Mart construiu uma narrativa em torno do personagem. Labubu é apresentado como “travesso, mas de bom coração”, sempre tentando ajudar e causando pequenas confusões. Esse storytelling humaniza o boneco e permite que os usuários projetem nele suas próprias histórias e emoções.

A personalidade fictícia transcende o objeto e o transforma em símbolo de identidade cultural.

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Blind boxes, variabilidade e dopamina

Se a estética desperta curiosidade, são as blind boxes que alimentam a obsessão.

A mecânica é simples: você compra uma caixa lacrada sem saber qual versão do brinquedo está dentro. Só após abrir descobre se recebeu um Labubu comum ou um raríssimo. Alguns têm probabilidade de 1 em 144.

Este modelo de recompensa variável espelha a lógica de jogos de azar: a incerteza dispara um ciclo de dopamina, nossa molécula de motivação. A expectativa do “e se?” mantém as pessoas engajadas e dispostas a repetir a compra na busca pelo item secreto.

Esse comportamento não é exclusivo de brinquedos. Aplicativos e redes sociais se apoiam em loops de recompensas variáveis — notificações imprevisíveis, curtidas e comentários — para criar hábitos. O livro Hooked de Nir Eyal, inspirado no trabalho de B.J. Fogg, descreve como a variabilidade mantém o usuário preso a uma experiência. A Pop Mart levou essa lógica para o varejo físico: máquinas de venda automática e lojas imersivas transformam a compra em um ritual de surpresa, em vez de um simples ato de consumo.

Para além da excitação, a escassez é parte do jogo: edições limitadas, collabs com marcas como Coca-Cola e drops sazonais alimentam o FOMO (fear of missing out).

Quando as unidades acabam, a percepção de valor dispara: um Labubu gigante foi leiloado por mais de US$ 150 mil, enquanto versões raras são revendidas por centenas de dólares no mercado secundário.

Comunidade, nostalgia e pertencimento

O sucesso do Labubu não se resume a mecânicas de azar. Há um fator social poderoso: o senso de pertencimento.

Influenciadores e celebridades — de cantoras do K‑pop a Rihanna e Dua Lipa — exibem seus bonecos como acessórios de moda. Milhões de vídeos de unboxing no TikTok transformam a revelação em espetáculo. O resultado é uma comunidade global que compartilha, troca e cria conteúdo em torno do brinquedo.

Esse pertencimento está fortemente ligado à nostalgia. Para muitos adultos, os blind boxes resgatam memórias de surpresas de infância, dos ovos de chocolate às figurinhas de álbuns e às máquinas de gashapon.

Pesquisas sugerem que lembrar de objetos da adolescência e pré-adolescência aumenta nosso bem-estar e o sentimento de conexão. É o que Michelle Parnett‑Dwyer, curadora do Strong Museum of Play, chama de reconexão com a criança interior. A Pop Mart surfa também na tendência kidult: adultos que buscam itens que remetem à infância para aliviar a ansiedade e expressar identidade.

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O lado sombrio: ética e responsabilidade

Como designers, é preciso olhar para além da euforia.

O próprio design de Labubu levanta questões éticas. A venda em blind boxes se assemelha a loot boxes de games, tão polêmicas que projetos de lei no Brasil buscam regulamentá-las.

O neurocientista Robert Sapolsky lembra que a incerteza aumenta paradoxalmente a excitação e o prazer da recompensa, e justamente por isso pode gerar comportamento compulsivo. Quando uma criança ou adulto compra repetidas caixas em busca de um item raro, estamos estimulando um jogo de azar disfarçado de brinquedo.

Além disso, a cultura da escassez e da exclusividade pode criar exclusão socioeconômica. O hype transforma um objeto de US$ 27,99 em um artigo de luxo revendido por US$ 149. Falsificações e fraudes prosperam. Em maio de 2025, lojas da Pop Mart suspenderam vendas no Reino Unido após filas e brigas. As mecânicas de FOMO, quando extrapoladas, corroem a confiança e abrem margem para golpes e endividamento.

O que designers podem aprender

O caso Labubu é uma aula viva de psicologia aplicada ao design. Ele nos mostra como nostalgia, surpresa e comunidade podem ser ingredientes poderosos para criar experiências memoráveis. Mas também nos lembra de que tudo isso precisa ser conduzido com responsabilidade.

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1. Projete para emoções, não apenas para funções.

O sucesso de Labubu prova que produtos se tornam ícones quando despertam sentimentos — seja nostalgia, curiosidade ou autoexpressão.

Pense em como as pessoas irão contar suas próprias histórias através do que você cria.

2. Cuidado com loops de recompensa.

Variabilidade e surpresa são ferramentas fortes, mas mal utilizadas podem induzir vícios. Transparência sobre probabilidades, limites de compra e opções sem azar podem mitigar danos.

3. Crie comunidades, não só consumidores.

Unboxings, trocas e colaborações geram um ecossistema onde os usuários participam ativamente. Valorize espaços de cocriação e feedback para que a marca evolua com a comunidade, não apesar dela.

4. Questione a escassez.

Limitar unidades pode aumentar valor, mas também exclui.

Experimente modelos que equilibrem exclusividade e acessibilidade, como edições ilimitadas com atributos diferentes. Considere o impacto ambiental e social da produção de produtos descartáveis.

5. Pense no longo prazo.

O hype pode levar a uma saturação rápida. Estruture experiências que vão além da novidade, com atualizações contínuas e histórias que se desdobram com o tempo.

Usuários fiéis não se formam apenas com sorteio, mas com valor genuíno e propósito.

Labubu é mais do que um brinquedo viral; é um espelho das nossas práticas de design e consumo.

Ao observar a Pop Mart transformar um elfo nórdico em uma febre global, percebemos como experiências desenhadas para surpresa, nostalgia e comunidade podem mover bilhões e redefinir comportamentos. No entanto, a mesma mecânica que gera encantamento pode escorregar para manipulação e dependência.

A reflexão que fica para nós, designers, é simples:

Qual emoção estamos escalando?

E, principalmente, estamos prontos para assumir a responsabilidade pelas consequências das experiências que projetamos?

Referências


Labubu e a sedução das blind boxes: o que o hype nos ensina sobre UX e design emocional was originally published in UX Collective 🇧🇷 on Medium, where people are continuing the conversation by highlighting and responding to this story.

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