UX Collective 🇧🇷 - Medium 08月18日
Bem-estar, tecnologia e o futuro que podemos criar
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文章探讨了数字技术和人工智能在提升生活便利性的同时,如何悄然侵蚀了真实的人际连接,导致依赖、孤立和心理健康问题。作者以自身经历为例,指出过度追求便捷和效率的设计,可能让我们忽视了人际互动的重要性。文章引用了世界卫生组织关于“孤独流行病”的报告,并结合巴西的社会现象,强调了屏幕时间、社交媒体以及AI发展可能加剧的社会疏离感。文章也反思了“快速行动,打破常规”的设计理念,呼吁在追求技术进步的同时,更应关注其对人类福祉的深远影响,并倡导设计应以人为本,追求真正的幸福而非单纯的生产力。

📱 **科技的双刃剑:便捷与疏离并存** 文章开篇即指出,当前的设计趋势倾向于通过技术创造极致的便捷和效率,但这往往是以牺牲真实的人际互动为代价。从在线购物到约会应用,再到AI伴侣,技术的进步在带来便利的同时,也可能让我们习惯于回避直接的人际交往,导致情感连接的弱化。例如,超市的自助结账系统虽然方便,但也减少了与收银员的交流机会,这种“便捷”背后可能隐藏着人际疏离的代价。

😔 **数字时代的“孤独流行病”与心理健康危机** 文章引用世界卫生组织的数据,指出孤独已成为一种全球性流行病,尤其在COVID-19疫情后加剧。数字技术和长时间的屏幕暴露被认为是重要的催化剂。过度沉浸在虚拟世界不仅剥夺了宝贵的睡眠时间,还可能导致社交焦虑和心理健康问题。文章强调,数字健康不仅仅是减少屏幕时间,更关乎睡眠、工作、教育、社交连接和整体心理健康,这些方面共同构成了个体的福祉。

⚖️ **便利性陷阱与意义的缺失** 文章提出,过度追求“易得”和“完美”的生活体验,反而可能剥夺了人们从解决问题和克服困难中获得的成就感和意义感。许多年轻人开始对科技带来的过度便利感到厌倦,渴望体验生活中的“摩擦”,即那些不那么完美但却能带来真实体验和成长的时刻。如旅行中遇到的意外往往能成为最珍贵的回忆,而过于顺畅的体验则可能让人感到空虚和疲惫。

🤖 **人工智能的潜在风险:深度疏离与非人化** 文章警告,人工智能的飞速发展可能成为加剧人类疏离感的又一强大力量。当AI能够提供比真人更“完美”的陪伴和理解时,人们可能更加不愿意与他人互动。这种“智能”的便利性可能会让我们变得更加被动,失去主动与他人建立连接的动力。文章引述观点,担忧在追求AI带来的生产力和“完美伴侣”的同时,我们是否会失去人性的温度和与真实世界互动的意愿,最终导致“身体活着,内心却在死去”的困境。

💖 **重塑未来:以人为本的设计哲学** 面对数字技术和AI带来的挑战,文章呼吁一种新的设计理念——“以为何价”而非“如何做到”。设计师需要承担起更大的责任,思考技术进步的代价,并主动设计能够促进真实连接、带来意义和幸福的体验。这包括鼓励人们回归线下活动,重视人与人、人与自然的连接,以及在技术设计中融入“摩擦”和“不完美”,从而培养个体的韧性和生活的深度。最终目标是创造一个技术进步不以牺牲人性为代价的未来。

Impactos do mundo digital e da IA na saúde e relações humanas.

Foto: Cottonbro studio — Pexels.

“Mais do que máquinas, precisamos de humanidade.”

Essa era uma frase que eu quando criança lia na parede da minha casa todos os dias. Meus pais tinham esse quadro de Charles Chaplin na sala.

O que talvez acabou sendo uma grande ironia do destino é que cresci e me tornei uma designer que projeta interações entre humanos e máquinas.

E, no mundo atual, projetamos para que uma interação com uma máquina possa ser tão boa ou, por muitas vezes, “melhor” que a interação com um humano.

Ao projetar para a facilidade e a conveniência, colocamos uma tela na frente de todo e qualquer tipo de problema a ser resolvido, deixando muitas vezes a real conexão humana de lado.

Desde uma compra de roupa online, um aplicativo de namoro, uma IA que pode ser sua amiga, projetamos para tornar a vida mais fácil, mais rápida, mais produtiva, mais… conectada.

Mas quais consequências tanta facilidade por meio da tecnologia nos trouxe?

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Miramos no engajamento, criamos a dependência e o isolamento

Uma publicação do Google Design levanta a discussão sobre o quanto a tecnologia pode conectar as pessoas socialmente e isso pode ser benéfico se for feito em ambientes seguros, mas que os designers precisam estar atentos ao desenhar produtos que não prejudiquem o bem-estar de quem os está usando.

O paradoxo é claro: a tecnologia que promete e conecta pessoas de diversas partes do mundo também é a mesma que nos acostuma a preferir usar um caixa de autoatendimento no supermercado para não ter que interagir com um humano.

‘Use o autoatendimento, é mais rápido e fácil’ — disseram. Não depois de eu ter que chamar um funcionário 5 vezes, por erro da máquina. 🫠

Máquina de autoatendimento em supermercado

Essa mesma tecnologia nos vicia ao ponto de querermos passar mais tempo online do que tendo conversas reais com pessoas reais. É a mesma que, à noite, prejudica a nossa produção de melatonina, nos tirando o sono.

É a mesma que implementou a cultura da distração de uma forma lenta que, quando nos demos conta, já estávamos totalmente absorvidos e agora parece difícil pensar em um futuro diferente.

A Organização Mundial de Saúde reconheceu a epidemia de solidão entre 2023 e 2024 e que isso foi agravado após a pandemia de COVID-19. A OMS ainda afirma que o tempo passado na tela e online pode influenciar bastante nesse sentimento, trazendo não somente a sensação de isolamento, mas também problemas de saúde mental como a ansiedade.

“Descobrimos que reduzir a exposição às telas digitais aliviou a ansiedade em muitos casos e liberou tempo para outras atividades prazerosas. Isso ajudou as pessoas a refletirem sobre sua relação com a tecnologia, sendo especialmente útil para crianças e famílias, que costumavam gastar mais tempo do que gostariam discutindo sobre o uso de telas.
(…) Mas o bem-estar digital certamente era mais do que apenas tempo de tela. Era tudo. Era sono, trabalho, educação, conexão social, saúde mental, equidade e muito mais.”
— Google Design

Trazendo o contexto para o Brasil, sempre tive essa ideia de que o brasileiro dá muito valor para as relações. Temos a tendência de construir as coisas em coletivo. Criamos amizades facilmente. Podemos estender a mão até para quem não conhecemos.

Apesar de a interação social ser algo que faz parte da nossa cultura, somos também um dos países com maiores índices de uso de redes sociais e o segundo com mais casos de ansiedade. Somos um povo que vive em um país repleto de natureza e ar puro, mas que também tem medo de estar do lado de fora (muitas vezes por questões de segurança) e prefere (ou é obrigado a, ensinado a?) ficar em frente a uma tela vendo Netflix.

Além disso, os problemas do bem-estar mental são diretamente relacionados à equidade, pois afetam mais os adolescentes, jovens adultos, LGBTQ+, pessoas negras, de baixa renda, entre outros. A OMS relata ainda que casos de ansiedade são maiores entre mulheres do que homens. Demonstrando que existe um problema também estrutural quando se trata de saúde mental.

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A relação entre a facilidade e a falta de significado

Umas das apresentações do Config 2025 que mais me chamou atenção foi a de Michelle Lee. Durante a apresentação ela mostra como que parte da geração Z está cansada de tanta facilidade oferecida pela tecnologia e, agora, ainda mais com a presença da IA. Não querem ter uma vida perfeita, mas sim apreciá-la através das pequenas coisas que podem também dar errado.

Eu quero ter férias ruins. Eu quero experimentar coisas e dizer ”Ah, eu odiei aquilo”. — Config 2025: Designing for play and friction in a fast-paced world with Michelle Lee
“Se tudo está a um clique de distância, por que estamos cada vez mais cansados?”
Emanuel Aragão: O estranho caso da vida confortável e sem sentido

Vivemos em um mundo cada vez mais complexo e a vida real é cheia de fricções. Apesar disso, a incansável busca da indústria por experiências de vida convenientes demais tem nos tirado a capacidade de ter a sensação de conquista, até mesmo em coisas pequenas como cozinhar nossas próprias refeições.

E se a gente parar para pensar bem, nem tudo precisa ter a melhor experiência e facilidade do mundo. Quando falamos sobre viagens, por exemplo, percebemos que as boas histórias para contar são aquelas sobre coisas que deram errado no caminho e que de alguma forma conseguimos aprender algo com aquilo e superar o momento. É assim que adquirimos resiliência, experiências de vida e coletamos histórias para dar várias risadas depois.

Não é à toa que cada vez mais vemos amigos deixando de usar redes sociais como Instagram, onde a vida perfeita apresentada não condiz com a realidade do mundo atual. Percebemos que ao rolar um feed, perdemos e nos afastamos de uma vida com presença e significado.

Marcas como Polaroid levantam a bandeira da volta ao analógico, onde a convivência e a experiência retornam ao valor da conexão com as outras pessoas, com a natureza, com o planeta. Um chamado para onde o tempo não anda apressado.

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IA não consegue gerar areia entre seus dedos dos pés — Polaroid

A era da IA e o futuro das relações humanas

Apesar do movimento para levarmos uma vida mais consciente e conectada com outras pessoas, temos atualmente um novo desafio que pode potencialmente se tornar uma barreira e causar ainda mais isolamento e minar o bem-estar humano: a inteligência artificial.

Eugenia Kuyda alerta: essa pode ser uma das mais perigosas tecnologias já inventadas se não for pensada com a real intenção de causar impacto positivo na sociedade. A inteligência artificial está avançando em uma velocidade absurda que, muito em breve, seremos capazes de criar IAs que podem agir como companheiras melhor do que humanos.

“Imagine uma IA que nos conhece tão bem que pode entender e se adaptar a nós de maneiras que nenhuma pessoa é capaz. Quando tivermos isso, vamos ficar ainda menos propensos a interagir uns com os outros. Não conseguimos nem resistir às nossas redes sociais e aos nossos celulares, máquinas que, por assim dizer, são burras.
O que vamos fazer quando nossas máquinas forem mais inteligentes do que nós?”
— Eugenia Kuyda

E no contexto em que vivemos, no início da revolução da máquina “inteligente”, estamos já sendo atropelados com consequências das interações por redes sociais, do uso facilitado, do digital. Haverá tempo para remediar? Para reverter? Para criar máquinas inteligentes sem foco primário na métrica de engajamento e que não nos viciam?

Muita gente está voltando os olhos para o que a inteligência artificial pode fazer por nós. Otimizar nossos processos, produzir o que antes era inconcebível em segundos, dizer sim para todas as nossas ideias, nos bajular. Discussões? Jamais. Ideias contrárias à sua? Somente se você pedir.

Se estamos tão empolgados com o que a inteligência artificial pode fazer por nós, por que não demonstramos o mesmo nível de “emoção”, ou melhor, cuidado, quando se trata de refletir sobre o tipo de consequências que essa tecnologia pode nos causar?

“E se todos nós continuarmos a prosperar como organismos físicos, mas lentamente morrermos por dentro? E se realmente nos tornarmos super produtivos com a IA, mas, ao mesmo tempo, tivermos esses companheiros perfeitos e nenhuma força de vontade para interagir uns com os outros?”
— Eugenia Kuyda

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E se pudermos fazer diferente?

“Por muitos anos, a indústria de inovação, tecnologia e design tem sido guiada pelo lema ‘mova-se rápido e quebre coisas’.
No entanto, quando as coisas que estão sendo quebradas são pessoas, comunidades e o planeta, precisamos nos perguntar: a que custo?
À medida que nos encontramos nas crises inter-relacionadas de mudança climática, escassez de alimentos, esgotamento de energia, pobreza global e perda de significado (interseções muitas vezes referidas como a Policrise), fica fácil perceber que não podemos continuar com o design como de costume. Mover-se rápido e quebrar coisas já não é aceitável e, como designers, precisamos começar a considerar tanto as possibilidades quanto as responsabilidades que carregamos.”
— Ida Persson: From how might we to at what cost

Ida Persson traz no seu artigo um framework que nos estimula a pensar nas consequências indesejadas do que estamos projetando. Esse é um exemplo de como podemos pensar de uma maneira mais sistêmica que envolva todo o contexto onde nossas entregas estão inseridas.

É preciso que a gente consiga imaginar uma realidade diferente, onde possamos projetar para a facilidade e o simples, mas também trazendo significado e real felicidade. Temos o potencial para criar um futuro onde as tecnologias e o design atuem em conjunto para prever e solucionar problemas sociais, mantendo e reativando nosso sentido de comunidade e conexão entre si.

Que a gente consiga construir um futuro onde o progresso tecnológico não custe nossa humanidade e que ele seja mais saudável física, mental e significativamente para todos nós.

“No fim das contas, ninguém jamais disse em seu leito de morte: ‘Ah, como eu gostaria de ter sido mais produtivo.’ Precisamos parar de projetar apenas para a produtividade e começar a projetar para a felicidade.”
— Eugenia Kuyda

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