Lidando com a saturação.

Declarar um “tô de saco cheio de IA” no ambiente profissional hoje é quase uma heresia.
Apesar de perceber ser um sentimento comum, é difícil ouvir alguém admitir de forma explícita no trabalho. Parece que precisamos — principalmente como designers — entrar nessa onda.
Seja pelo FOMO, pelos anúncios de CEOs ou pelos discursos de que “você vai ficar pra trás…”, muitas pessoas carregam um sentimento negativo ao ler essas duas letrinhas.
Talvez um dos grandes fatores desse desprezo seja a amplitude do efeito IA:
Assim como outras novidades polêmicas — como Labubu, Bobbie Goods ou o Morango do amor — vemos a inteligência artificial e seus efeitos em tudo ao nosso redor.
No digital, com o símbolo de ✨ em nossas redes sociais e aplicativos, aos nossos memes, vídeos com dublagem automática, textos em artigos, descrições de produtos; até mesmo no offline, em campanhas de TV, anúncios em out of home (OOH), banners e cartazes, e roteiros de filmes e novelas.
A IA está em tudo. A grande diferença é que ela não será passageira.
Sim, vivemos numa cultura do excesso. Sempre há algo novo: um termo da vez; uma série pra ver; um filme novo pra assistir; e um modelo novo de IA. Só que esse é o novo cenário.
Quem acompanha meus textos há mais tempo, sabe que adoro analogias com relacionamento. Então, lá vai mais uma:
Estamos “casados” com a IA. Nosso relacionamento sem uma IA acabou e precisamos superar.
Vamos viver em um mundo onde IA vai dormir e acordar conosco (em alguns casos, literalmente). Assim como não vivemos (e nem nos imaginamos) sem um celular no bolso — e não estou falando que isso é algo bom.
O que me ajuda a lidar com esse sentimento de intolerância com a IA (que confesso que tenho um pouco, ainda mais sendo trabalhando com curadoria), é (1) não ter pressa, e (2) não ter medo.
Não ter pressa porque, bem, novos modelos mudam praticamente todos os dias.
E não ter medo porque vi uma frase do Eduardo Amuri, planejador financeiro, que salvo engano, diz: “pra falar menos sobre dinheiro, precisamos falar mais sobre dinheiro”. Ou seja, pra pessoas que tem medo de olhar o saldo da conta ou a fatura do cartão de crédito, é preciso dar um primeiro passo.
É preciso começar, quebrar essa barreira, ver que ela nem é tão grande assim. E depois, com calma, ir avançando. Se você está de saco cheio de IA, você não está só.
Mas entenda: você precisa superar. Esse saco talvez nunca mais esteja vazio…


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Esse artigo não é apenas um ensaio, é uma aula: “Hoje, vamos mergulhar em um dos ramos mais poéticos e profundos da filosofia — a estética.”
A eficiência matou a beleza?


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Precisamos descobrir (ou nos lembrar) que pra evoluir em quase toda atividade que desempenhamos vamos ter que lidar com uma coisa que está sempre ali: a chatice.
O dilema de se tornar bom em alguma coisa


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Eu não aguento mais IA was originally published in UX Collective 🇧🇷 on Medium, where people are continuing the conversation by highlighting and responding to this story.
